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1 05/12/2016 23:40

A meningite é uma doença que ainda assusta muitas pessoas. Ainda mais por saber que existem tipos diferentes da doença - bactérias, vírus e fungos -, e que em alguns casos não tem como controlar. A inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro, podem ser confundida com outras doenças como uma gripe, e podem surgir, após a infecção, em algumas horas ou até dois dias.

Os sintomas mais comuns da meningite são: febre alta repentina; dor de cabeça intensa; pescoço rígido, que não permite encostar o queixo no tórax; náuseas e vômitos, estes, geralmente, em jato; confusão mental e dificuldade de concentração; convulsões; fotofobia (incômodo com a luz); sonolência; pequenas manchas vermelhas pelo corpo e recusa alimentar. Nos bebês a moleira pode ficar tensa e abaulada; apresentarem rigidez do corpo e ficarem extremamente irritados, com choro intenso.

O pediatra Dr.Derli Gouvêa esclarece algumas dúvidas mais frequentes, como é o caso do diagnóstico correto da doença. “O diagnóstico de meningite pode ser feito com base na história do paciente, no exame físico minucioso e na análise de exames complementares, como: a análise do líquor (líquido da espinha), obrigatória em qualquer tipo de meningite – o líquor apresenta características especificas para cada tipo de meningite e pode fornecer a identidade do agente infeccioso; a hemocultura, que identifica o agente infeccioso no sangue; exames menos específicos como o hemograma completo e outros, que fornecem pistas para elucidar o diagnóstico; exames de imagem como tomografias, ressonâncias magnéticas e radiografias, de acordo com cada caso.

A cura da doença existe, mas o diagnóstico precoce e correto é fundamental para a cura. “Quando diagnosticada precocemente, com o tratamento adequado instituído de forma plena, quando não existe outra doença associada, que possa comprometer as defesas do organismo; quando a virulência do agente agressor não compromete a ação dos medicamentos”, esclarece.

Das meningites, a meningocócica, causada por uma bactéria chamada Neisseria menigitidis é a mais grave, com uma evolução rápida e devastadora, que muitas vezes leva ao óbito do paciente em pouco tempo. Outras bactérias, como o Haemophilus influenzae e o Streptococcus pneumoniae, também podem causar meningite. Para ambos existe vacina no calendário básico de vacinação.

A meningite por fungos é mais rara e afeta, principalmente, pacientes imunossuprimidos, como os portadores de AIDS ou câncer. Não é contagiosa e sua principal causa são os fungos Cryptococcus e Coccidioides.

A meningite viral é bem menos agressiva que a bacteriana, tem taxa de mortalidade baixa e cura, na maioria dos casos, espontaneamente, apenas com cuidados médicos gerais.

Outra questão que envolve a Meningite é se pode deixar sequelas. Infelizmente, é uma doença que pode deixar grandes sequelas, como paralisias, surdez, diminuição da capacidade intelectual e quadro de epilepsia, com convulsões. No caso da meningite por vírus, normalmente, não deixa sequelas.

O tratamento é diferente para cada caso da doença. Segundo Dr. Derli Gouvêa, trata-se as meningites bacterianas com antibióticos potentes, intravenosos, iniciados com a maior rapidez possível. Antes dos antibióticos, quase todos os pacientes com meningite morriam. Hoje, cerca de 80% dos casos evoluem para a cura. É uma doença muito grave. Na meningite viral, não se usa antibióticos e o paciente muitas vezes dispensa internação, recebendo apenas tratamento sintomático. Nos recém-nascidos assume maior gravidade e requer internação em UTI neonatal.

Como a meningite pode ser causada por mais de um tipo de bactéria, não existe uma vacina única que previna todos os casos. Existem vacinas individuais, como já dito acima, contra Haemophilus influenzae e o Streptococcus pneumoniae, que podem causar meningite.

A Neisseria meningitidis, a bactéria causadora da famosa meningite meningocócica, a mais temida, possui vários sorotipos diferentes. Oito destes sorotipos são responsáveis por quase todas as epidemias de meningite meningocócica: A, B, C, X, Y, Z, W135 e L, sendo B e C os mais comuns.

Contamos hoje, nos postos de saúde, com vacina individual apenas contra o meningococo C. Na rede privada existe uma vacina conjugada contra os meningococos A, C, Y e W135, para crianças a partir de 2 anos, e outra, contra o meningococo B.

Todos aqueles que tiveram contato prolongado ou íntimo com um paciente com meningite bacteriana devem iniciar tratamento profilático com antibióticos nas primeiras 24 horas após a identificação do primeiro caso. Os contactantes devem ficar em observação por 10 dias, sem necessidade de internação, sendo orientados a procurar atendimento médico se surgir qualquer sintoma.

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