1Não é prêmio da Mega sena, mas as apostas dos mais de 12 mil lojistas formais de Salvador, 45 mil em todo o Estado, estão voltadas para a parcela dos R$ 7,3 bilhões que o 13º salário deverá injetar na economia baiana.
A primeira parcela do dinheiro deverá ser paga até esta segunda-feira e a outra metade até o dia 20 de dezembro, e tem como destino o pagamento de dívidas e as compras no comércio, e por isso mesmo se constitui na grande esperança de lojistas do setor de atacado e varejo.
A estimativa de recursos na economia baiana é do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), que prevê que esse valor vai ser divididos por aproximadamente 4,7 milhões de baianos, entre trabalhadores da ativa, pensionistas e aposentados.
O trabalhador informal não foi incluído nos estudos do Dieese. Em todo o Brasil, o 13º salário vai representar R$ 173 bilhões extras na economia até 20 de dezembro.
Conforme explicou a coordenadora do Dieese na Bahia, a economista Ana Georgina, não há como dimensionar quanto da parcela do 13º salário entra na economia baiana até esta segunda-feira, porque alguns setores, como aposentados e pensionistas receberam os 50% do salário extra em agosto e outras empresas começaram a pagar a parcela ao longo da semana.
“Mas o certo é que até dezembro,. Quando vence a segunda parcela (dia 20) serão R$ 7,3 a mais de recursos na economia do estado”, disse.
Se não há um valor exato de quanto do 13º salário vai ser aplicado no comércio, há otimismo para alavancar as vendas, que este ano, segundo cálculos do Sindicato dos Lojistas da Bahia (Sindilojas) deverão ser 8% menores que no ano passado.
“Tivemos um ano fraco, de queda nas vendas, Mas o 13º é a última esperança, não de reversãp do quadro negativo, mas pelo menos para capitalizar o lojista e recompor os estoques”, diz Paulo Mota, presidente do Sindilojas.
Maior fatia
Na análise do Dieese, do montante de R$ 173 bilhões correspondentes ao pagamento do 13º no País, a maior parte ficará concentrada na Região Sudeste , que receberá 51,3% dos recursos.
Outros 15,6% do montante a ser pago devem ser pagos na região Sul, enquanto ao Nordeste serão destinados 15,9%. Para as regiões Centro-Oeste e Norte, irão, respectivamente, 8,6% e 4,9%.
Os 15,9% dos recursos do 13º salário em todo o país que caberão ao Nordeste, correspondem a R$ 27,5 bilhões a mais na economia da região, dos quais R$ 7,3 ficarão na Bahia (26,6% do total).
Para cada trabalhador formal na Bahia, segundo o Dieese, o valor médio do 13º será de R$ 1,451,53. Na prática significa que 50% desse valor estará sendo pago até esta segunda-feira aos 4,7 milhões de baianos, incluindo os aposentados e pensionistas.
Ana Georgina explica ainda que os trabalhadores, celetistas ou estatutários, representam 51,1% do total de beneficiados com o 13º, enquanto pensionistas e aposentados do INSS equivalem a 48,9%.
O emprego doméstico com carteira assinada participa com 1,7%. Ela diz ainda que o impacto desses recursos extras na economia, “ é uma projeção do volume que entra na economia ao longo do ano, e não necessariamente nos dois últimos meses de 2015, apesar de a maior parte do valor ser pago no final do ano”, explicou.
Uma pesquisa divulgada no início do mês pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac) revelou que 74% dos trabalhadores que irão receber o 13% salário destinarão os recursos extras para quitar dívidas.
E entre os que vão pagar as dívidas, 83% dos consumidores têm obrigações contraídas no cheque especial e no cartão de crédito e pretendem utilizar os recursos do 13º salário para estar regularizando as mesmas.
O cartão de crédito é a linha de crédito com maior peso na composição das dívidas em aberto dos consumidores tendo atingido em 2015, 44% do total (crescimento de 2,33% sobre 2014) contra 39% do cheque especial (elevação de 2,63% sobre 2014), segundo a entidade. A pesquisa revelou ainda que os presentes de Natal e Ano Novo perderam a prioridade do gasto do 13º e serão de valores menores este ano.
Tribuna da Bahia
