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1 30/07/2015 00:00

A atual população mundial de 7,3 bilhões de pessoas vai alcançar a marca de 8,5 bilhões até 2030, e de 9,7 bilhões em 2050. Com esse ritmo, o planeta deve chegar a 2100 com 11,2 bilhões de seres humanos, um crescimento de 53% em relação ao presente. Essas previsões estão no relatório "Perspectivas da População Mundial: A Revisão de 2015", publicado nesta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU).

China e Índia continuarão como os países mais populosos, cada um atualmente com cerca de 1 bilhão de pessoas (19 e 18% da população mundial, respectivamente), mas o estudo, divulgado durante uma entrevista coletiva na sede da ONU, em Nova York, diz que a Índia deve ultrapassar a China até 2022.

Com a maior taxa de crescimento populacional, a África deve responder por mais da metade do avanço demográfico de 2015 a 2050. Hoje, 41% das pessoas no continente têm até 15 anos, e 19% têm de 15 a 24 anos. Também de acordo com o relatório, metade do crescimento populacional do planeta nos próximos 35 anos vai se concentrar em nove países: Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, Estados Unidos, Indonésia e Uganda. Ou seja, países com alta taxa de fertilidade ou que já têm grandes populações.

"Entender as mudanças demográficas que provavelmente vão ocorrer nos próximos anos, assim como os desafios e oportunidades que elas apresentam para o desenvolvimento sustentável, é importante para a implementação de uma nova agenda de desenvolvimento", afirmou Wu Hongbo, secretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, sobre os resultados apontados no relatório.

Atualmente, dos dez países mais populosos do mundo, um está na África (Nigéria), cinco na Ásia (Bangladesh, China, Índia, Indonésia e Paquistão), dois na América do Sul (Brasil e México), um na América do Norte (EUA) e um na Europa (Rússia). Sétima maior população do mundo, a Nigéria é o país que apresenta maior ritmo de crescimento, e deve ultrapassar os EUA até 2050, ocupando a terceira posição entre os mais populosos.

Até 2050, segundo o estudo, a população dos 28 países africanos deve crescer em mais de 100%. Até 2100, pelo menos dez dessas nações observarão um avanço demográfico de mais de cinco vezes. São eles: Angola, Burúndi, República do Congo, Malauí, Malu, Niger, Somália, Uganda, República Unida da Tanzânia e Zâmbia.

O crescimento da África será puxado por sua atual população de jovens, que vão chegar à idade adulta nos próximos anos e começarão a ter filhos, garantindo o papel central do continente no crescimento e na distribuição da população mundial nas próximas décadas.

O relatório aponta ainda que as futuras taxas de crescimento populacional dependem dos caminhos que os comportamentos de fertilidade irão tomar, já que pequenas mudanças quando projetadas nas próximas décadas podem gerar grandes diferenças na população total do planeta. Nos últimos anos, a taxa de fertilidade do mundo vem se reduzindo em praticamente todas as áreas do mundo, mesmo na África.

AUMENTO DA POPULAÇÃO COM 60 ANOS OU MAIS

A consequência dessa tendência é um crescimento da população em terceira idade em todo mundo: a expectativa é que o número de pessoas com 60 anos ou mais deve dobrar em todo mundo até 2050, e triplicar até 2100. Na Europa, os idosos devem passar a representar 34% da população do continente nos próximos 35 anos. Já na África, que possui a população mais jovem do planeta, a representatividade daqueles com 60 anos ou mais deve pular de 5%, atualmente, para 9% no período.

MAIOR EXPECTATIVA DE VIDA E METAS DO MILÊNIO

A expectativa de vida no nascimento, que registrou um crescimento significativo nos países pobres nos últimos anos, chegando a 62 anos entre 2010 e 2015 — numa taxa de crescimento duas vezes maior que a do resto do mundo. Apesar da previsão do índice continuar a crescer, o relatório aponta que a sua velocidade de crescimento, no entanto, deve diminuir significativamente em grandes regiões entre 2045 e 2050.

Uma das principais Metas do Milênio, a redução da taxa de mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade tem sido realizada com sucesso nos últimos anos. Entre os períodos de 2000-2005 e 2010-2015, esse índice caiu mais de 30% em 86 países, dos quais 13 viram um declínio de mais de 50%. Em 156 países, a redução da taxa foi de 20%.

JOVENS REPRESENTAM OPORTUNIDADE

De acordo com a ONU, o fato dos jovens representarem uma grande parcela da população de diversas áreas do planeta cria a oportunidade para vários países capturarem dividendos demográficos que podem ajudar no seu desenvolvimento.

Na África, por exemplo, os jovens com menos de 15 anos representam 41% da população atual, e aqueles até 24 anos, 19%. Na América Latina e Caribe, e na Ásia, que têm registrado um declínio na sua taxa de fertilidade, as crianças representam 26% e 24% da sua população, respectivamente — um total de 1,7 bilhão de crianças e 1,1 bilhão de jovens.

O GLOBO

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