Esportes

1 22/08/2014 13:01

Recuperado de depressão e contratado pelo São Bernardo, Diego Hypólito, bicampeão mundial de solo (2005 e 2007), está de volta. O ginasta, que defendeu o Flamengo por 19 anos antes da demissão em 2013, com salários atrasados, ficou um ano e meio desempregado, treinando “de favor” no Pinheiros. Foi quando, infeliz, questionou o futuro. Mas um sonho não realizado o manteve no esporte: ser um medalhista olímpico.

No domingo, ele e a seleção brasileira, com Arthur Zanetti, Caio Souza, Francisco Barretto, Lucas Bitencourt, Pétrix Barbosa e Sérgio Sasaki, viajarão para disputar o Pan-Americano de Mississauga (Canadá), classificatório aos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015. O torneio começará dia 29. Em setembro, o Brasil disputará o Mundial de Nanning, na China. "Nem tinha motivação para treinar. E, ano passado, pensei que não iria ao Mundial. Apesar do resultado (quinto no solo e sexto no salto), não fui disciplinado. Questão de horário, faltas. Não estava feliz. E olha que sou o chato que acorda de bom humor" lembrou Diego. 

O ginasta disse que, surpreso com o resultado do Mundial, resolveu repensar: "No início, não entendia que estava sem casa, sem clube, sem nada. Quando caí na realidade e na tentativa de manter a equipe (Sasaki e Pétrix continuam sem clube), entendi que estava regredindo. E, se tenho um sonho, a prioridade tinha de ser eu! Para mim, o ciclo olímpico começou agora, no São Bernardo. Meu objetivo é claro: quero ser medalhista olímpico. Se cair, vou levantar muitas vezes, de cabeça erguida, mas não desistirei".

Hypolito, que fracassou nas edições de Pequim, em 2008, e de Londres, em 2012, está há três meses com Fernando Lopes, também técnico de Caio Souza. E Lopes contou que ?o carinho? foi a chave para o acerto da nova parceria. "O Diego viveu uma fase de depressão. Conseguimos retornar, e, agora, ele tem um clube, algo que ele sentia muito. E isso o está ajudando a voltar ao cenário internacional em busca de medalhas" opinou o técnico, que explicou sobre a depressão: "Foi tudo, o Flamengo, problemas pessoais... Ele queria um técnico parceiro, um amigo em quem confiar".

O treinador garantiu que a fase "rebelde" é passado. E que Diego continua em alta, entre os cinco melhores do mundo. "Essa coisa de vida social, de extremo, de baladas, está controlada. Hoje, vai na festa do meu filho, da minha esposa, pizzaria, cinema. Coisas tranquilas" contou. "Está entre os cinco do mundo. E se cravar as passagens, pode ser segundo. O japonês Kenzo Shirai (campeão mundial do solo em 2013) é unanimidade. O nível de dificuldade da série dele é absurdo".

Para ele, a parceria tem tudo para dar certo. Ambos sonham com reconhecimento e pódio: aos 36 anos, ele nunca integrou a seleção adulta, apesar de ter treinado Sasaki dos 9 aos 16 anos (quando o ginasta chegou ao adulto; em 2013, foi quinto no individual geral no Mundial): "É uma missão recolocá-lo em pódios mundiais. E eu tive oportunidades de ser técnico do adulto. Como meus atletas eram contratados por outros clubes, perdi oportunidades. Estava lá embaixo e, com o Diego, ressuscitei essa vontade".

 

 

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