Entretenimento

1 26/09/2016 15:50

O vendedor de aparelhos de rádio que se torna empresário e implementa a televisão no Brasil; a estrela que perde os papéis das mocinhas para uma atriz mais jovem; o protagonista das radionovelas com dificuldade para conseguir trabalho na TV por ser negro; e o galã que esconde ser gay. Ambientada entre as décadas de 1940 e 60, a série “Nada será como antes” mescla histórias reais com personagens fictícios ao retratar, em 12 episódios semanais, a criação e os primeiros anos da TV brasileira.

— A série também fala muito da TV de hoje — diz Guel Arraes, criador da atração com Jorge Furtado. — A trama é de época, mas conversa com o nosso tempo. Tratamos de celebridades, da fama e de escândalos. Não ficamos presos apenas aos fatos históricos.

Com roteiro de Arraes, Furtado e João Falcão, direção artística de José Luiz Villamarim (o mesmo de “Justiça”, sucesso encerrado na sexta passada) e direção de fotografia e iluminação de Walter Carvalho (leia artigo dele abaixo), a série estreia nesta terça, dia 27, às 22h20m, na Globo. E joga luz sobre um tema pouco explorado pela dramaturgia.

— Quantos filmes sobre Hollywood já foram feitos? Tenho a impressão de que a gente não se orgulha o bastante da nossa TV. Havia um certo complexo de vira-latas. É curioso que não tenhamos feito mais programas sobre esse assunto. A TV tem 60 anos no Brasil, só a Globo tem 50! Nossa TV é realmente a Hollywood brasileira — defende Guel.

A televisão foi inaugurada no Brasil em 18 de setembro de 1950, por Assis Chateaubriand, que fundou o primeiro canal, a TV Tupi, em São Paulo. Em “Nada será como antes”, esse papel cabe ao visionário Saulo (Murilo Benício), criador da TV Guanabara. Ele é um vendedor de rádio que se encanta pela voz da locutora e atriz de radionovelas Verônica (Débora Falabella), na década de 1940. Dez anos depois, os dois estão casados e vivem no Rio de Janeiro. Ele é dono e ela a grande estrela da Rádio e da TV Guanabara.

— Procuramos ser fiéis aos acontecimentos históricos, políticos e sociais — conta Jorge Furtado. — As licenças poéticas dizem respeito à cronologia da criação dos programas. Por exemplo: as telenovelas diárias só apareceram nos anos 1960, mas nossos personagens estão um pouco à frente do seu tempo.

Mais acostumado ao humor, o trio de autores mantém uma parceria na TV desde “A comédia da vida privada” (1995-1997).

— Eu e Jorge apanhamos um pouco. A gente escrevia o texto e tinha muita piadinha. O João foi importante para dar o tom dramático — acrescenta Arraes.

Para criar a história de Saulo e Verônica, casal que entra em crise e se separa logo no primeiro episódio, os roteiristas se inspiraram na linguagem melodramática dos folhetins.

— A referência às telenovelas é explícita. Tenho muito interesse nessa linguagem — diz João.

Namorados há quatro anos, desde que contracenaram em “Avenida Brasil” (2012), Murilo e Débora interpretam um casal pela primeira vez na ficção.

— A gente teve medo de ficar com cerimônia. Só que todo esse medo não se apresentou em momento algum no set. A química entre nós existe. E isso não nos ajuda apenas na hora de beijar, mas está presente nas cenas de briga e reconciliação — aposta Murilo.

O GLOBO

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