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1 27/05/2017 14:10

O homem suspeito de matar cinco pessoas da própria família depois de incendiar a casa onde morava, na cidade de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador, participou nesta sexta-feira (26) da primeira audiência de instrução após a chacina. Gilson Jesus Moura, de 49 anos, que confessou o crime, pode ser levado à juri popular.

A audiência, realizada no Fórum Filinto Bastos, teve início por volta das 11h30 da manhã e foi finalizada no meio da tarde.

Gilson, que está preso desde janeiro, chegou ao local algemado, acompanhado por policiais. A audiência foi conduzida pela juíza Márcia Simões. Primeiro, foram ouvidas testemunhas de acusação e, em seguida, a magistrada ouviu o suspeito.

Familiares das vítimas acompanharam a audiência e disseram não entender porque o homem cometeu o crime.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) pede a condenação do suspeito por homicídio triplamente qualificado, e também por tentativa de homicídio contra uma filha do suspeito que sobreviveu ao ataque.

O órgão também pede condenação por tentativa de homicídio e feminicídio contra a esposa do suspeito, que também é irmã dele, outra sobrevivente do atentado. A promotora Semiana Cardoso classificou o crime como "muito cruel" e disse que já se tem provas suficientes para condenar o suspeito. A pena dele pode pegar até 30 anos de prisão. O G1 não conseguiu contato com a defesa do suspeito nesta sexta.

Uma nova audiência está prevista para ocorrer no dia 30 de junho, quando mais testemunhas devem ser ouvidas. Depois disso, a Justiça deve definir se o homem vai a juri popular.

Chacina

O crime ocorreu no dia 4 de janeiro deste ano. O suspeito foi preso dois dias depois do crime e confessou a chacina. Vizinhos da família morta chegaram a comemorar com champanhe a prisão do homem.

A enteada do suspeito, o bebê que ela esperava, o filho dela, de um ano, e três filhos do suspeito, de 8, 9 e 13 anos, morreram na tragédia. A mulher dele, de 37 anos, e uma criança de 3 anos, filha do casal, conseguiram escapar da casa incendiada.

Após ser preso, Gilson relatou que pode ter tido um surto e que, por isso, incendiou a casa. A polícia, no entanto, acredita que o crime tenha sido premeditado.

Gilson e a mulher estavam junto há 15 anos e, segundo a polícia, tinham brigas constantes por causa dos ciúmes dele. Na noite do crime, conforme a investigação, o casal brigou porque a mulher estaria dançando em uma festa de réveillon. A polícia disse que essa discussão pode ter motivado o crime.

Há dez anos, conforme a polícia, o homem deu duas facadas na mulher depois de uma briga por ciúmes e quebrou objetos em casa.

Gilson, no entanto, negou em depoimento qualquer desavença com a família e insistiu que não teve motivos para matar a família. Ele disse à imprensa que comprou o galão com cinco litros de gasolina para colocar na moto da mulher.

De acordo com a polícia, após cometer o crime, Gilson fugiu para a cidade baiana de Capim Grosso de carro. Depois, deixou o carro na cidade, e foi para Jacobina, no norte do estado. Ele também passou pela cidade de Irecê, no centro-norte, antes de retornar para Campim Grosso e Feira de Santana. Conforme a polícia, ele teria voltado à cidade da chacina para vender o carro e, com o dinheiro, fugir para outra cidade. O suspeito disse, no entanto, que voltou para se entregar.

Gilson não tinha até então nenhuma passagem pela polícia. Após a chacina, ele passou a responder por por cinco homicídios consumados, duas tentativas de homicídios e um aborto - pois uma vítima estava grávida.

A polícia também descartou a participação de outra pessoa no crime ou mesmo ajuda de terceiros para que o suspeito fugisse após a chacina.

G1

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