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1 20/02/2017 18:40

‘Deu Onda’, ‘Me Libera Nega’ ou ‘Santinha’? As opções poderiam ser para definir qual será o hit do carnaval de 2017, mas, em tom de brincadeira, também podem indicar qual o nome da virose que costuma pipocar nos postos de saúde no fim da folia. “Todos os anos, percebemos o aumento de 25% no movimento dos postos, normalmente 7 ou 10 dias depois das festas”, explica a sanitarista da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), Ana Paula Pitanga.

O Carnaval é um período favorável a circulação dos vírus e bactérias, porque há aglomerações de pessoas. Para este ano, está previsto a chegada de 800 mil turistas, segundo informações da Empresa de Turismo de Salvador (Saltur). Com o volume de pessoas nas ruas, os especialistas recomendam alguns cuidados para minimizar os efeitos da maratona da festa.

Doenças
Entre as doenças mais comuns, além dos resfriados e gripes, causados por vírus, há outras que podem ser provocadas por diferentes tipos de agentes (vírus ou bactéria), como a amigdalite, mononucleose (doença do beijo), diarreias, herpes, conjuntivite, meningite e, nos casos de contatos mais íntimos, as doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).

Os sintomas iniciais são genéricos e podem dificultar o diagnóstico preciso. Foi acompanhando todos os dias a festa, que o professor Pedro Santos, 23 anos, pegou a virose do ‘Lepo Lepo’, em 2014. “Fiquei com a garganta inflamada e a cabeça pesada por uns dois dias”, diz. 

Todos os anos em que costuma sair para o Carnaval, a estudante de direito, Maria Eduarda Vieira, 21, costuma pegar as viroses. “Tenho imunidade baixa e sempre que saio, fico doente”, conta.  Ela costuma tomar vitaminas para reforçar as defesas do corpo. Neste Carnaval, ela pretende curtir quatro dias, mas não destinou tempo para maiores cuidados. 

Fora da folia

Embora quem esteja no circuito seja mais suscetível às doenças, há chances de contaminação para quem sequer vai para avenida. O infectologista e professor da Escola Bahiana de Medicina, Robson Reis, explica que é comum a circulação dos agentes infecciosos fora do circuito, por pessoas que são portadoras assintomáticas.

Neste caso, o indivíduo tem o agente, mas não apresenta os sintomas de doença, normalmente por ter imunidade. No entanto, ele pode passar para outros lugares e pessoas. “No Carnaval é comum as pessoas compartilharem as coisas, como a mesma bebida, maquiagem, etc., com isso, o vírus ou bactéria acaba se espalhando”.

Foi o que aconteceu com Michele Araújo, 31 anos, que atribui o contágio da bactéria da meningite, em 2013, por exposição de parentes à festa. “Eu não saia de casa, tinha acabado de ter meu bebê. Mas minha cunhada e sobrinho foram para avenida e eu peguei a doença”.

O diagnóstico, no entanto, só veio na quarta internação. “Passei uma semana na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI ), mas os sintomas só vieram dias depois da festa, cheguei a pensar que era dengue”. A baixa imunidade é também um dos fatores que levam a manifestação das doenças e torna as pessoas, como idosos e crianças, mais suscetíveis. “As pessoas se esquecem de que o Carnaval é uma maratona que exige preparo. Elas mudam de uma hora para outra a rotina, e passam a se alimentar e a se hidratar menos”, contextualiza o infectologista.

Prevenção e DST's

Para evitar o contágio por bactérias ou vírus durante o Carnaval,  o infectologista, subsecretário de Saúde do estado e professor titular da escola de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Roberto Badaró recomenda sempre que possível procurar regiões com circulação de ar. “Saia um pouco da festa ou do camarote para tomar um ar fresco”, orienta. Deve-se ter atenção especial para alimentação e a hidratação. Além disso, observar a escolha de roupas e sapatos confortáveis a fim de evitar o estresse físico. 

No caso das doenças sexualmente transmissíveis mais recorrentes, como é o caso da AIDS, Sífilis e Hepatite, a recomendação é do uso do preservativo em todas as relações sexuais. No ano passado foram feitos 6.150 testes rápidos, destes, 57 com diagnósticos positivo para HIV, 228 reagentes para sífilis e 20 para hepatite C. Para o Carnaval deste ano, serão disponibilizados dois pontos para fazer o teste rápido e serão distribuídos mais de 2,5 milhões de preservativos em todo o circuito.

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