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1 26/05/2015 21:05

O executivo Eduardo Hermelino Leite, ex-vice-presidente da construtora Camargo Côrrea, disse nesta terça-feira (26/5), em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito, que a Petrobras continua a pagar sobrepreço relativo ao valor de propina nos contratos feitos com as empresas acusadas de formação de cartel.

Mais cedo, Leite havia dito à CPI que os valores relativos ao pagamento de propina eram de 2% sobre os valores dos contratos e que esse percentual era acrescido nas propostas da Camargo Corrêa à Petrobras.

Desses 2%, metade era destinada à diretoria de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa, e a outra metade para a diretoria de Serviços, ocupada por Renato Duque.

Eduardo Hermelino Leite confirmou à CPI da Petrobras que a construtora Camargo Côrrea pagou R$ 110 milhões em propina para os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (R$ 47 milhões) e Renato Duque (R$ 63 milhões).

A informação já havia sido dada à CPI pelo presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini.

Segundo Leite, que é ex-vice-presidente da construtora, a empresa tinha uma planilha com informações sobre o pagamento de propina. “Então havia uma contabilidade?”, perguntou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). “Sim”, respondeu Leite.

“Porque o Renato Duque recebia mais que o Paulo Roberto Costa?”, quis saber o deputado. “Porque os contratos da diretoria de Serviço eram de valores muito maiores”, respondeu o executivo.

Outros funcionários

Segundo ele, o esquema de corrupção na estatal não se limitava ao envolvimento de diretores e funcionários de alto nível da empresa. Ele confirmou que outros funcionários, de nível mais baixo na hierarquia, também participavam do esquema.

Ele não quis entrar em detalhes a respeito disso porque estes fatos ainda estão sendo investigados sob sigilo e fazem parte do conteúdo de sua delação premiada sobre o qual nada pode revelar, por determinação judicial.

O deputado Aluisio Mendes (PSDC-MA) leu trecho de um dos 23 depoimentos de Leite à Justiça. “O senhor disse que a carta convite que a Petrobras usava para selecionar as empresas vencedoras para cada obra era cancelada se a vencedora não era a empresa apontada pelo cartel. Esse esquema não podia funcionar só com a participação dos diretores. Alguém de baixo tinha que participar. Estou correto?”, perguntou o deputado.

“Está correto, mas não posso entrar em detalhes”, respondeu Leite.

Segundo o depoimento dele à Justiça, isso aconteceu na escolha das empresas que seriam contratadas para construir a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

TRIBUNA

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