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1 01/04/2015 15:20

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma convocação aos partidos aliados e aos movimentos sociais para defenderem o governo Dilma Rousseff e não se intimidarem ante as mais recentes denúncias de corrupção.

Lula, que discursou na noite desta terça-feira (31) durante ato em defesa da democracia realizado no Sindicato dos Bancários, na região central de São Paulo, disse que nenhum petista "deve abaixar a cabeça" quando questionado sobre o tema, argumentando que São Paulo, estado há 20 anos governado pelos tucanos, tem um problema "crônico e histórico" no que se refere a desvios financeiros.

No discurso de quase 50 minutos, Lula disse que "nós não fizemos o debate correto sobre a corrupção nesse País. Até hoje, acho e nós sempre achamos, que a corrupção não era coisa para nós debatermos. Aqui no estado de São Paulo ela [a corrupção] é crônica historicamente".

Ainda sobre São Paulo, o ex-presidente enumerou que o ex-governador Jânio Quadros empunhou a "vassourinha" como símbolo contra a corrupção, do lema "rouba mas faz" atribuído ao o ex-governador Ademar de Barros e que toda vez que teve eleição para o estado o tema era abordado "e nós [PT] achamos que não era um tema nosso. É um tema nosso porque o tema da corrupção levou Getúlio Vargas à morte... É o tema da corrupção que fez com que eles tentassem o meu impeachment em 2005 e só não tiveram coragem porque ficou [sic] com medo do povo reagir", argumentou completando que "ninguém em sã consciência deve se negar a fazer esse debate".

O líder petista relembrou as manchetes dos jornais em 2003 e 2007, quando iniciava seus dois mandatos e que, segundo ele, eram altamente pessimistas. Numa comparação, Lula disse que atualmente as manchetes são as mesmas, mas muito mais "virulentas, mais violentas e muito mais duras".

O petista enumerou que embora eleita para cuidar de 200 milhões de brasileiros, a presidente foi eleita sob o compromisso "político e ideológico" de governar para aqueles "que estão no andar de baixo".

Petrobras, bandidagem e delação premiada

Sobre a Petrobras, o ex-presidente defendeu a gestão dos ex-presidentes da estatal José Sérgio Gabrielli - presente ao ato - e José Eduardo Dutra dizendo que "se teve corrupção lá dentro, não foi corrupção de uma totalidade. Foi de uma ou outra pessoa que deve pagar o preço por ter enganado o povo brasileiro".

Lula também criticou o estatuto da delação premiada e o tratamento dado pela grande imprensa, a partir de uma exaltação às gestões de seus dois ex-presidentes na Petrobras.

"Eu quero saber se alguém vai ter coragem de dizer que esse moço aqui [indagou, dirigindo-se à Gabrielli], que foi presidente da Petrobras ou o José Eduardo Dutra, que foi o primeiro presidente, está envolvido em corrupção?". A seguir, arrematou: "Se tem um brasileiro indignado sou eu, indignado com a corrupção. E eu tenho certeza que esse País nunca teve ninguém com a valentia e a coragem da presidenta Dilma de fazer a investigação onde quer que precise fazer. Eles estão transformando a denúncia de corrupção... Tinha um bandido que é condenado a não sei quantos anos. E ele fala: 'vou fazer delação premiada'. E aí o bandido vira herói. Não precisa mais de juiz. A imprensa já condenou, a manchete já condenou".

O petista também mandou um recado aos 82 mil servidores da estatal destacando que "se alguém fizer merda vai pagar o preço".

Recado à Dilma

Lula lembrou a campanha de impeachment patrocinada pela oposição contra a presidente Dilma Rousseff, destacando que a presidente "é nossa, é resultado nosso. Ela é a pessoa que tem compromisso conosco e não querem tirar ela por outra coisa. É exatamente por isso. Porque querem tirar o povo do governo".

Ao final da fala, mandou um recado cobrando da presidente abertura para dialogar com os movimentos sociais: "Você precisa lembrar sempre que quem está aqui é seu parceiro nos bons e nos maus momentos. A gente não quer ser convidado só pra festa não. A gente quer ser convidado para discutir coisas sérias...E você pode ter certeza, Dilma: ninguém mexerá na conquista democrática desse povo brasileiro que elegeu um operário e depois elegeu uma mulher presidenta da República".

Tribuna

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