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1 09/03/2018 14:30

Uma suspeita de fingir ser um homem em sites e aplicativos de relacionamento, para extorquir dinheiro de mulheres, foi presa nesta quinta-feira (8), na cidade de Nazaré, no Recôncavo da Bahia.

O Ministério Público do Estado (MP-BA), por intermédio do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), detalhou a ação da suspeita durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira, em Salvador.

O órgão estadual informou que Andreza Souza Dias Souza usava fotos de homens aleatórios, conseguidas em redes sociais, e manipulava a voz, para enganar as vítimas, desde 2013.

"Essa investigada fazia captação de vítimas através de site de relacionamento e grupo de whatsapp e a partir daí ela começou a ter relacionamentos virtuais com as pessoas, criava grupos de whatsapp com supostas pessoas da família sempre se fazendo passar por pessoas do sexo masculino, fazia pedidos de casamento, criava toda uma trama que fazia a vítima acreditar que estava mantendo um relacionamento, embora estivesse iniciado e perdurado de forma virtual", explicou, Ana Emanuela Rossi Meira, coordenadora do Gaeco.

Fingindo ser o personagem criado por ela, Andreza fazia com que as mulheres efetuassem pagamentos e transferências de quantias para contas registradas no nome dela, como se fosse sobrinha do indivíduo. O MP-BA não detalhou a quantia extorquida das vítimas, disse apenas que não eram altos valores, porém a quantidade de vítimas e habitualidade dos golpes são apontados pelo MP-BA como indícios de um grande esquema criminoso.

"Ela se passava pela figura masculina e dizia que estava com uma série de problemas, precisando de dinheiro para cirurgia, entre outras situações de dificuldade e as vítimas acabavam ajudando. Em determinado momento, as vítimas manifestavam uma necessidade de um contato pessoal e sempre eram apresentadas desculpas. Então, a investigada se apresentava como sobrinha desses personagens masculinos para criar o vínculo familiar e afetivo", contou Ana Emanuela.

Conforme o MP, as vítimas eram de diversos municípios baianos, mas a maioria era de Salvador. O órgão estadual não detalhou as cidades das vítimas, disse apenas que pouco mais de 20 mulheres caíram no golpe ao longo dos anos, e fizeram denúncias contra a suspeita, levando à "Operação Perfil Falso", que resultou na prisão da suspeita.
"As vítimas eram pessoas que vinham de relacionamentos afetivos que prejudicaram a sua integridade psíquica e física. Então de alguma forma, eram pessoas abaladas com esses relacionamentos e procuravam através de site relacionamento, comunicações virtuais", disse.

Nesta quinta, além do mandado de prisão preventiva em nome de Andreza Souza, pelos crimes de estelionato e violação sexual mediante fraude, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara dos Feitos Criminais da Comarca de Salvador.

A ação ocorreu nas cidades de Santo Antônio de Jesus e Nazaré, no Recôncavo, em endereços frequentados pela investigada. Segundo o MP, nos locais, foram apreendidos aparelhos celulares, computadores e documentos relacionados às abordagens contra as vítimas.

"Os números que ela usava para formar os grupos no whatsapp foram identificados como sendo utilizados apenas pela investigada, foram apreendidos quatro smartphones e seis chips que estavam nos aparelhos, um computador pessoal e um desktop", contou Ana Emanuela.

A operação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança Institucional e Investigação (CSI); do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher e da População LGBT (Gedem), que ofereceu suporte emocional às vítimas; de promotores de Justiça do Ministério Público da Bahia; e da Polícia Militar, por meio da Companhia Independente de Policiamento Especializado – Litoral Norte (CIPE).

G1

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