Entretenimento

1 10/02/2016 00:30

Na segunda-feira (8) de Carnaval desfilaram diversas entidades contempladas no Ouro Negro, programa gerido pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult) que apoia desfiles de entidades baianas de matrizes africanas e indígenas em todos os circuitos da folia da capital. O bloco afro Mundo Negro, uma das 94 entidades apoiadas pelo programa, é oriunda do Beirú e, de acordo com Cariane Freitas, 23 anos, vice-presidente do bloco, “é o único o bairro verdadeiramente negro de Salvador”.

Segundo Cariane, a comunidade do Beirú se envolve nas atividades e cursos promovidos pela associação carnavalesca. “Algumas dessas atividades têm resultado no desfile que fazemos anualmente no Carnaval”. Nesta mesma linha atua o bloco Okambí, que surgiu em 1982, no Engenho Velho de Brotas, por iniciativa do músico Jorjão Bafafé, com o nome que significa ‘nascidos do coração’.

O bloco desenvolve atividades em parceria com a Associação Cultural Grupo União – do mesmo bairro-, entre elas, oficinas de percussão e dança para as crianças das escolas municipais. Em 2016, o bloco Okambí homenageia Mercedes Baptista, a primeira dançarina negra que subiu ao palco no Brasil, com show da cantora Lis Braga. O grupo já levou ao trio a cantora Ellen Oléria em edição anterior do desfile.

O ritmo homenageado no Carnaval 2016, o samba, teve com um dos seus representantes nesse penúltimo dia de desfile de folia de Momo com o bloco Samba Terramar, criado em 2008. Gerson Celestino, 55, organizador de alas do bloco desde 2008, explica que o Samba Terramar “acompanhava a Mudança do Garcia e, há alguns anos, desfila com o apoio do Carnaval Ouro Negro”. Uma das alas destaque do bloco é a ‘Ala Tribo da Paz’, em que seus integrantes desfilam com adereços indígenas na cor branca, representando a paz. Quem agitou os foliões durante o desfile desta segunda-feira foi a Banda Quebrando o Gelo, encerrando a participação do bloco no Carnaval 2016.

Homenagens

Ao celebrar os 50 anos de samba de Nelson Rufino, homenageado e convidado principal do desfile, o bloco Mangue estampou em sua camisa fotos do sambista. “Nós sempre homenageamos sambistas vivos da Bahia, como a sambista carioca Gal do Beco”, disse Rogério Lima, presidente do bloco oriundo do projeto desenvolvido no terreiro Tumbí Obé Ogi, em Cajazeiras. É o terceiro ano que O Mangue é contemplado pelo Carnaval Ouro Negro. Além do trabalho com a música no terreiro, o Mangue também atua em parceria com o movimento LGBT da região e no entorno do bairro.

Outra homenagem este ano foi promovida pelo Afoxé Filhos de Korin Efan, ao Mestre Erenilton Bispo dos Santos, alabê da Casa de Oxumaré (Federação), que faleceu aos 70 anos em fevereiro de 2014. Enquanto vivo, Mestre Erenilton era conhecido pelo dom de chamar os Deuses à terra, por conta do profundo conhecimento dos cânticos sagrados, nas quatro principais nações do candomblé (ketu, ijexá, jêje e angola).

Segundo Denis Lima, associado do bloco, este é o momento de encontro das pessoas que pertencem a diversos terreiros de candomblé. Divulgar a força e união do Axé, no sentido religioso da língua iorubá, é a principal proposta do Afoxé Filhos de Korin Efan. Homens, mulheres e crianças saíram pelas ruas com a camisa cujo slogan é Agdavi de Ouro – Um toque que chama os Deuses em referência às varinhas que tocam os tambores (Agdavi) e ao ouro que simboliza a deusa Oxum.

Secom Bahia

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