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1 28/04/2015 19:45

Quase quatro décadas depois do lançamento, o documentário Os Doces Bárbaros continua dando o que falar. Prova disso é que o filme é o cartaz desta terça-feira, 28, do Cineclube Glauber Rocha.

"Quando eu fiz o filme, tinha a ideia de um documentário sobre 'os quatro baianos'. Depois percebi que eu tinha feito um documentário sobre os anos 1970", avalia o diretor Jom Tob Azulay.

Talvez resista aí a atualidade da obra que registrou o antológico encontro de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa na turnê que marcaria os dez anos de carreira dos artistas.

"Tenho que reconhecer, aliás, com muita honra, que foi um privilégio fazer um filme sobre quatro figuras absolutamente únicas e extraordinárias", orgulha-se Azulay.

Bate-papo

O cineasta carioca aguarda o público ao final da exibição para um debate, ao lado da pesquisadora baiana Ana Rosa Marques.

Durante o bate-papo devem vir à tona episódios como a prisão e julgamento de Gilberto Gil e do baterista Chiquinho Azevedo por porte de maconha, em Florianópolis, que interrompeu a turnê iniciada em junho de 1976, no Anhembi (SP).

Mas também não se pode esquecer o recorde de bilheteria batido no Canecão (RJ), onde o espetáculo permaneceu em cartaz durante dois meses seguidos.

"Se tivessem deixado que aquele show percorresse o Brasil como estava previsto, eles teriam dado continuidade ao Tropicalismo, que já estava enfraquecido", acredita o diretor do filme.

Mátria

Mas Jom Tob Azulay não está em Salvador apenas para trazer Os Doces Bárbaros de volta à memória dos baianos. Ele aproveita para se atualizar sobre a cena do cinema local e fazer contatos, já de olho em Mátria, seu próximo filme.

Embora seja diferente em forma e conteúdo, a produção guarda forte conexão com a Bahia ao apresentar, através da ficção, uma história que se passou no Recôncavo.

"É a história de uma família luso-brasileira, formada por um militar, a esposa e quatro filhos, que se envolveu em todos os acontecimentos que culminaram na Independência da Bahia", adianta.

A inspiração veio do livro Cartas Baianas - Subsídios para o estudo da independência do Brasil, escrito pelo diplomata português Antônio d'Oliveira Pinto de França.

"É uma ficção, com atores portugueses e brasileiros. Mas tudo que eu contar será historicamente, se não verídico, pelo menos provável. Esse filme tem um compromisso historiográfico", conta Azulay.

A produção, que deve ser realizada ao longo dos próximos dois anos, tem como ponto de partida o roteiro assinado por Millôr Fernandes e Geraldo Carneiro.

É a mesma dupla que roteirizou O Judeu, filme também luso-brasileiro dirigido por Jom Tob Azulay em 1995, baseado na vida do dramaturgo António José da Silva.

"Mátria será a última obra dramatúrgica de Millôr", ressalta o cineasta, lembrando que o escritor morreu em 2012.

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