Entretenimento

1 26/01/2015 15:54

Marília Gabriela está novamente de malas prontas. A jornalista anunciou nesta semana que decidiu encerrar o contrato com o SBT para se dedicar a novos projetos, que incluem dois livros, uma peça de teatro, uma minissérie no canal por assinatura GNT e aulas particulares de canto e de filosofia com o ensaísta Luiz Felipe Pondé.

"Eu fui sentindo a necessidade de parar com a tevê aberta. Foi algo que amadureci aos poucos. Estava repetitiva e isso não era justo comigo nem com o meu público", desabafou a jornalista durante entrevista coletiva.

Essa é a terceira vez que Marília Gabriela deixa o SBT, onde também apresentou outros programas, como Gabi Quase Proibida, First Class e SBT Repórter. A decisão de rompimento, contudo, foi amigável.

O ano de 2015 começou com Marília Gabriela planejando a reedição de seu livro Eu que Amo Tanto, agora acrescido de novas histórias. Além disso, a obra está programada para virar minissérie no canal GNT, com direção de Bruno Barreto. Já o segundo livro ainda é segredo. "Eu acordo pensando nele, tenho alguns insights", adianta.

Para completar, Marília ensaia diariamente a peça Vanya e Sonia e Masha e Spike e deseja retomar as aulas de canto.
Você chegou a falar com o Silvio Santos sobre a sua demissão?

Quem sou eu? Eu conversei com o Pelegio e com o Leon Abravanel (diretor de produções). Recebi um telefonema do vice-presidente do SBT (José Roberto Maciel) e uma mensagem gentil da Daniela Beyruti (filha de Silvio e diretora artística da emissora). Como ela estava com o Silvio, imaginei que ele sabia. Perguntei se ele estava chateado e disseram que não. Afinal, já descasamos antes (risos).

Você está feliz?

Sou um pouco implicada com o conceito de felicidade. O exageradamente contente deve ser a felicidade. Eu estou bastante contente. Digamos que este ano estou ficando mais feliz.

Do que se trata o segundo livro que você está escrevendo?

Usarei recursos particulares para reflexões mais amplas, o que é um tremendo desafio. Preciso de solidão, tempo e raciocínio. As aulas que pedi para o Luiz Felipe Pondé vão me ajudar.

Como será a minissérie Eu que Amo Tanto, no GNT?

A ideia do Bruno (Barreto, diretor) é contar as histórias inteiras, o que resultaria em episódios de meia hora. E eu irei acrescentar novas histórias na reedição do livro. Se der certo, pode ser que tenhamos mais de uma temporada, quem sabe? Devo participar (como atriz) de todos os episódios e ter um completo.

Sobre quem são essas novas histórias?

Eu agora terei homens para falar do "miserê" de amar e não ser amado, de sofrer na mão dos outros, de perder a compostura. Consegui homens heterossexuais, gays e uma fantástica transexual. Algumas novas mulheres também. Todos concordaram em lavar a alma e contar as barbaridades do que foram capazes por causa de um amor. São histórias inacreditáveis.

Esta é a terceira vez que você deixa o SBT. Como você vê isso?

Para você ver que esse meu caso com o SBT poderia estar no Eu que Amo Tanto (risos).

Como você vê atualmente este formato de programa de entrevistas no país?

Acho que temos um país de entrevistadores. Temos mais entrevistadores do que entrevistáveis (risos). Não que não haja, mas entrevistados para um paladar atual... temos que nos repetir e nos repetir. Acho que não farei falta neste quadro, continuo lá no canal a cabo. Todas as emissoras estão bem providas de entrevistadores.

Você aprecia algum entrevistador atualmente?

Eu não vejo televisão aberta. E nem a cabo. Sou obrigada a dizer isso aqui, pois sou honesta. Eu sou, na verdade, uma viciada em Apple TV. Sou viciada em séries americanas e inglesas. É isso que eu consumo quando vejo televisão. E olha que ultimamente assisto pouco, porque estou completamente enfiada na minha peça, tendo que decorar texto e ensaiar diariamente.

Quais as suas séries preferidas?

The Good Wife eu acho o máximo. Tem Downton Abbey e Empire, sobre o mundo do hip hop, que é bárbara. Breaking Bad, House of Cards, The Knick, que se passa no princípio do século passado - aquele em que eu nasci (risos) - e fala sobre as revoluções cirúrgicas. Sou daquelas que vê uma série atrás da outra.

Você consegue escolher o melhor entrevistado deste último período no SBT?

Você está louco? Escolher entre meus filhos, como A Escolha de Sofia? Não mesmo (risos).

O que você diria para os entrevistadores que estão começando?

Não seja covarde, ouse, arrisque e não se feche em armaduras. Permita-se. Eu fiz entrevistas com personagens da história contemporânea, do hip hop, do sertanejo, etc. Acho que não deve haver preconceito. Temos que estar abertos a tudo que move o tecido social. Se hoje essas são as pessoas que importam no cenário, deve ter uma razão para isso. Então, vamos ouvi-las.

E por que ter aulas com o Luiz Felipe Pondé?

Porque eu adoro tudo o que o Pondé fala e escreve. Quando leio seus textos no jornal, até mando mensagem no outro dia. Ele é um professor, um mestre e eu quero muito aprender com ele. Estou sentindo necessidade de aprender.

Por que essa ânsia pela filosofia?

Porque, embora eu não vá conseguir a resposta, eu quero elaborar mais as perguntas. De onde vim? Para onde vou? Para que serve e o que foi isso aqui?

Novela está nos seus planos?

Não. Você viu a quantidade de coisas que já vou fazer neste ano (risos)? Agora estou realmente enxugando (os trabalhos). Tanto que eu parei com o SBT.

Qual será a linha dos entrevistados no GNT?

No GNT eu posso me permitir levar alguns assuntos que no SBT talvez não dessem tanta audiência, principalmente pelo horário, que é meia-noite e meia, uma hora da manhã. Tem um público que eu herdava consideravelmente do Silvio Santos, mas eu o perdia com determinados temas. No GNT, tenho mais abertura para botar vários assuntos, para ousar e experimentar.

A televisão aberta chegará nesse nível um dia?

Não sei, acho que é um momento muito particular da televisão brasileira. Eu acho que a tevê aberta está tentando achar caminhos. Não é nem a tevê a cabo o grande assunto hoje, mas a tal da web. A série premiada com o Globo de Ouro deste ano estava na Amazon. Ou seja, se você quiser ver, tem que ver lá. É outra época, outra era. O que vai acontecer com a tevê a cabo, aberta e as outras mídias eu gostaria de estar viva para ver.

Como vão os ensaios de Vanya e Sônia e Masha e Spike?

São seis horas de ensaio por dia, direto. Eu volto "esbodegada" (risos). Estreia dia 28 de fevereiro, no Teatro Faap (São Paulo).

Estadão Conteúdo

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